04 de fevereiro de 2021 | Leitura: 2min
As rápidas mudanças que ocorrem na sociedade, na tecnologia e no meio ambiente exigem das organizações uma compreensão efetiva das dinâmicas e tendências em seus respectivos setores de atuação, e principalmente, o planejamento e a concepção de uma estratégia capaz de assegurar sua adaptabilidade e o cumprimento do seu propósito.
Essas mudanças de cenário afetam diretamente a vida das pessoas, e temos visto o impacto da crise dos últimos anos e da pandemia de Covid-19 colocar uma grande parte da população em uma posição de vulnerabilidade. Tal situação demanda uma atuação ainda maior da administração pública, que vê a necessidade de uma reflexão sobre seu modelo atual de gestão, implicando na busca de novas soluções para atender as necessidades da sociedade. Nesse contexto, é importante desenvolver uma gestão ágil e eficiente, de forma que seus processos organizacionais consigam acompanhar as mudanças de um novo mundo pós-pandemia.
Recentemente o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instituiu, por meio de resolução, a revisão da estratégia nacional para o período de 2021 a 2026, com a finalidade de definir as diretrizes nacionais de atuação institucional dos órgãos do Poder Judiciário. Já o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), elaborou seu primeiro planejamento estratégico nacional em 2010, mas teve como marco a aprovação da resolução CNMP nº 147 em 2016, que conferiu força normativa à necessidade de institucionalizar a estratégia no âmbito do Ministério Público, estabelecendo diretrizes para sua elaboração.
Sem um devido planejamento estratégico e sua efetiva execução é improvável que essas organizações sejam capazes de enfrentar com sucesso os inúmeros desafios encontrados. Assim, destaca-se a importância de se implementar um sistema gerencial voltado a resultados e à agilidade, colocando o cidadão como centro de todos os processos organizacionais, o que na iniciativa privada denomina-se custumer centric (uma organização centrada no cliente), proporcionando uma base cultural de alto desempenho nas equipes envolvidas.
Mas é possível trazer agilidade no contexto do setor público?
Sim, é possível. Existem diversas metodologias ágeis, especialmente focadas na execução da estratégia, que são adaptáveis ao setor público. Os OKRs (Objetivos e resultados-chave) proporcionam à organização uma visão orientada à resultados e permitem a agilidade a partir de ciclos curtos de implementação de ações e análise dos resultados obtidos. Temos também o SCRUM que surgiu na área de TI e atualmente é amplamente utilizado na gestão de projetos das mais diferentes áreas.
Outra ferramenta é o Kanban, que permite uma organização visual do trabalho, em nível de atividades organizadas pelas equipes, promovendo uma maior autonomia e agilidade na execução da rotina.
Já o design thinking, permite um olhar mais atento ao cliente, seja interno, representado pelas interações entre as áreas da organização, seja pelo cliente externo, representado pelo cidadão. Essa ferramenta permite também uma maior agilidade na otimização dos processos organizacionais e favorece à inovação.
A combinação de diferentes ferramentas utilizadas durante a formulação e execução do planejamento estratégico, assim como sua adaptação à realidade do setor público, pode permitir à organização um grande salto em nível de agilidade e eficiência, e temos exemplos concretos de organizações públicas que já utilizam essas práticas.
Porém, a maior contribuição das metodologias ágeis com certeza é a mudança cultural e o envolvimento de todos nessa mudança. Uma organização centrada no cidadão, que responde às mudanças, que entende seu propósito, que é orientada à resultados, busca autonomia das equipes e entende que os indivíduos e interações são mais importantes. Esses são os valores que a gestão ágil defende, e que, a partir de uma efetiva execução da estratégia traçada, permitirá um grande impacto na transformação da sociedade e na vida das pessoas.
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