20 de agosto de 2021 | Leitura: 2min
Pandemia, alterações no cenário macroeconômico mundial, informações desencontradas brotando das mais diversas fontes, mundo VUCA (em plena e acelerada transição para mundo BANI) e tantos outros fatores carregados de incertezas, que modificam nosso cotidiano e nos impõem jogo de cintura e uma boa dose de paciência e equilíbrio mental. Logo passa?
Com tantas cartas à mesa, pensar no futuro é agir no presente e esse é o desafio de muitas organizações dentro de um cenário de cri(s), encontrar a perfeição na simplicidade. Na crise, crie.
Evandro Lopes – Sócio da 3GEN
Ter controle sobre suas operações é extremante necessário
E ainda maior nesses tempos em que é preciso adequar as necessidades da empresa à realidade econômica do Brasil e do mundo e, fazer uso de mecanismos de adequação, nunca foi tão crucial quanto agora.
Diante do cenário adverso, algumas organizações ficam desorientadas e não enxergam o horizonte de possibilidades. Boa parte delas são empresas pequenas e familiares e sem ênfase nos pilares: pessoa, processo e produto/serviço e trazem em sua administração um baixo nível de controle sobre seus negócios. Olham fixamente para o resultado financeiro e pouco se preocupam com as projeções futuras para esses resultados e ai de nada adianta a quantidade de dinheiro em caixa perante as incertezas do mercado.
Isto posto e considerando essa demanda vinda principalmente de pequenas e médias empresas, proponho nesse texto, uma introdução sobre um dos principais e conhecido método de gestão de negócios, o Orçamento Corporativo.
Traduzido de forma simples, o Orçamento Corporativo é o planejamento da companhia que tem por objetivo minudenciar as receitas, despesas, custos e investimentos ao longo de um período estabelecido. Usualmente 12 meses, podendo ser 36 ou ainda 60 a depender de outros fatores e principalmente do planejamento estratégico.
Se bem construído e traduzindo a estratégica da organização, o orçamento corporativo traz à tona questões como:
Tomada de capital de giro, aplicação dos lucros acumulados, compras de ativos imobilizados, corte de despesas, viabilidades de novos projetos e vários outros pontos relevantes. Essas projeções permitem a tomada de decisão de forma assertiva e sólida e, por óbvio, contribuem para o crescimento ordenado da organização.
Mas o que esse mecanismo deve conter?
Geralmente o Orçamento Corporativo é composto pelas projeções de receitas, despesas fixas, despesas variáveis, custos de produção, custos com mão de obra e investimentos e ainda outros fatores particulares à operação da empresa.
E a organização de todos esses fatores?
Muitas empresas adotam o famoso centro de custo, uma espécie de empresa dentro da própria empresa, com um gestor a frente de tudo isso para administrar seus índices e entregar o resultado esperado. E por falar em resultado, proponho que o termo centro de custo seja realocado para centro de resultado, afinal o que se busca é o resultado líquido das operações de uma empresa.
Como construir o Orçamento Corporativo?
Várias metodologias vêm sendo aplicadas nas empresas para determinar a construção do
Orçamento Corporativo. Apresento-lhes as mais comuns:
1. Orçamento base zero (OBZ):
Aqui a ideia central é a adequação dos centros de resultados com os limites de gastos estipulados pela alta direção;
2. Matricial:
Nesse modelo temos como princípio o cruzamento de dois eixos: vertical representa os custos comuns a todos e o horizontal são os setores da empresa;
3. Forecast:
O passado é o que dá a base para a empresa definir os ajustes orçamentários que serão realizados;
4. Colaborativo:
comumente usado em empresas horizontalizadas e todos os colaboradores contribuem na fase de planejamento e execução;
5. Orçamento base histórica (OBH):
o OBH é baseado nos resultados históricos da empresa. A diferença entre ele e o forecast, é que ele é mais abrangente, ao passo em que o forecast é usado sobretudo para cumprir metas específicas.
Vale ressaltar que a situação da empresa é que vai definir o melhor modelo a se aplicar.
Muitas levam em consideração inúmeros fatores para compor seu orçamento: se ela está operando alavancada, se está em fase de expansão, se está estagnada no seu crescimento, seu grau de endividamento e outros.
Outro ponto muito importante nesse processo é a verificação comparativa daquilo que se projetou com o que de fato se realizou. Não há como medir os desvios sem a aplicação dessa visão orçado vs. realizado. Esse é o momento em que a empresa avalia a sua performance traduzida em números.
De sobremaneira o Orçamento Corporativo é uma ferramenta imperativa para o gestor de uma organização decidir os rumos dos negócios nesse período de crise econômica.
Por fim, acredito que a perenização das empresas está inegavelmente ligada ao conhecimento, competência dos seus gestores e aplicabilidade das ferramentas de gestão de negócios.
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